Um a cada quatro brasileiros gasta mais de 90 minutos para chegar ao trabalho

Percorrer longas distâncias de casa até o trabalho e vice-versa ainda é a norma, apesar dos avanços na adoção de práticas de trabalho flexíveis. No mundo, 20% dos trabalhadores dedicam mais de 90 minutos a esse percurso diário, e o índice chega a 24% no Brasil, constata a empresa de soluções de espaço de trabalho Regus.
Embora a média do tempo no transporte no Brasil seja de 27 minutos, uma desanimadora taxa de 11% dos brasileiros perdem mais de 1 hora na ida para o trabalho e na volta para casa. Em nível global, os automóveis são, de longe, o meio de transporte mais utilizado (64%). “O trânsito está se tornando cada vez mais congestionado nas cidades, particularmente em países em desenvolvimento,e é decepcionante ver tantos trabalhadores se apinhando nas ruas e estradas na hora do rush, quando poderiam gastar seu tempo de forma mais prazerosa ou mais produtiva “, comenta Michael Turner, vice-presidente para a América Latina da Regus. “Os paulistanos, particularmente, observam uma piora do trânsito nos últimos três anos”, acrescenta.
Segundo ele, “para fazer frente aos efeitos negativos do tráfego na saúde e no estado de espírito de seus funcionários, as empresas estão introduzindo práticas de trabalho mais flexíveis e buscando soluções de espaço de trabalho que lhes permitam trabalhar mais perto de casa”, diz Turner. “O trabalho remoto e o horário flexível podem oferecer uma trégua muito necessária na rotina semanal de enfrentar o trânsito, além de se traduzir em economias na contratação e manutenção de espaços de trabalho.”
O uso de automóveis no Brasil está muito acima da média (74%). Outros meios de transporte populares no país são metrô e ônibus, que 6% e 5% dos respondentes, respectivamente, usam para ir trabalhar. Entre os meios menos utilizados pelos brasileiros, estão o trem e a bicicleta. Só 1% dos ent revistados usa essas modalidades.
Outro problema que os trabalhadores têm de enfrentar é o custo do transporte. Embora, na média global, somente 7% dos trabalhadores gastem pelo menos 10% de seu salário em transporte e no Brasil a despesa média seja de 3% do salário anual, 5% dos respondentes destinam pelo menos 10% de seu salário líquido a gastos com transporte e 11% desembolsam de 5% a 10% desse total.
Estudos médicos indicam que o estresse causado pelo trânsito pode ser responsável pelo aumento da pressão arterial, dos transtornos músculo-esqueléticos, da hostilidade e por efeitos adversos sobre o desempenho cognitivo, e a Regus regularmente realiza pesquisas com mais de 1 milhão de empresas que fazem parte de sua base de contatos para descobrir até que ponto os funcionários se expõem ao tráfego.